Artigo
Estratégias inovadoras para a redução de custos na construção
A redução de custos é um dos principais desafios enfrentados pelo setor da construção, onde as margens apertadas, os prazos rigorosos e a crescente pressão para implementar práticas sustentáveis exigem soluções eficientes. No entanto, cortar custos sem comprometer a qualidade ou os prazos requer uma abordagem estratégica. Este artigo explora as principais estratégias para otimizar operações, reduzir desperdícios e melhorar a rentabilidade, apresentando ferramentas práticas comprovadas que ajudam empresas de construção a manterem-se competitivas num mercado em constante evolução.
A importância da gestão de custos de construção
A gestão de custos na construção é um elemento essencial para o sucesso de qualquer projeto, seja ele de pequena ou grande escala. Num setor altamente competitivo, onde as margens de lucro são frequentemente apertadas, o controlo eficaz dos custos pode fazer a diferença entre um projeto rentável e um prejuízo significativo.
Compreender os custos de construção e o seu impacto nas margens de lucro
Os custos de construção incluem todas as despesas associadas à execução de um projeto, desde materiais, mão de obra e equipamentos, até custos indiretos como seguros e licenças. Cada uma destas categorias tem impacto direto nas margens de lucro, sendo essencial planear e monitorizar todos os gastos para evitar derrapagens financeiras.
Margens de lucro reduzidas podem ser resultado de estimativas de custos imprecisas, atrasos inesperados, ou má gestão de recursos. A implementação de práticas robustas de gestão de custos permite prever desvios e corrigir problemas antes que eles afetem o resultado financeiro do projeto.
Principais fatores que influenciam os custos de construção
Existem diversos fatores que impactam os custos de construção, sendo essencial uma gestão eficaz para garantir a eficiência orçamental. Entre os principais fatores, destacam-se:
- Custo dos materiais: variações nos preços de materiais de construção, como aço e cimento, podem impactar significativamente o orçamento. A escolha de fornecedores confiáveis e a negociação de contratos são essenciais para mitigar flutuações de preços;
- Mão de obra: a eficiência da força de trabalho, disponibilidade de profissionais qualificados e custos associados a horas extras são fatores que precisam de gestão cuidadosa;
- Condições do local de construção: topografia, clima e acessibilidade ao local podem aumentar os custos devido à necessidade de adaptação de métodos de trabalho ou equipamentos;
- Regulamentações e normas: cumprir os requisitos legais e regulamentares muitas vezes envolve custos adicionais, seja para obter licenças ou para garantir conformidade com padrões ambientais.
Gerir de forma eficaz esses fatores é essencial para evitar desvios de custos que possam comprometer a margem de lucro dos projetos.
O papel da eficiência operacional
A eficiência operacional na construção é um dos pilares centrais para a redução de custos, permitindo que os projetos sejam entregues dentro do orçamento e dos prazos estabelecidos, sem comprometer a qualidade. Um planeamento cuidadoso, aliado a uma gestão eficiente dos recursos, assegura uma alocação otimizada de materiais, equipamentos e mão de obra, evitando desperdícios e maximizando o valor de cada etapa do projeto.
A implementação de metodologias como Kaizen e Lean Management é essencial para identificar e eliminar atividades que não acrescentam valor, promovendo a melhoria contínua nos processos e no fluxo de trabalho. Estas práticas ajudam a reduzir o desperdício de tempo, esforço e recursos, enquanto aumentam a produtividade e a previsibilidade dos resultados.
Além disso, a sistematização do uso de lessons learned no final de cada projeto é um fator importante para a melhoria contínua. A recolha e análise das aprendizagens permite identificar pontos fortes e áreas de melhoria, criando uma base de conhecimento que pode ser aplicada para otimizar processos e melhorar o desempenho em projetos futuros.
Estratégias eficazes para a redução de custos na construção
A redução de custos na construção não significa apenas gastar menos, mas também, otimizar recursos, processos e abordagens para alcançar a eficiência sem comprometer a qualidade. A implementação de estratégias eficazes permite que os projetos se mantenham dentro do orçamento e sejam entregues de forma mais ágil.
Implementação de práticas de construção Lean
A abordagem Lean, originalmente desenvolvida na indústria automóvel, é perfeitamente aplicável ao setor da construção. Esta metodologia centra-se na criação de valor para o cliente, eliminando desperdícios nos processos e promovendo a melhoria contínua para otimizar o fluxo de trabalho e aumentar a eficiência. A implementação de práticas Lean pode ser feita em cinco áreas-chave da construção:
- Venda e orçamentação: neste âmbito, procede-se às estratégias de bid/no bid para garantir uma alocação eficiente de recursos, otimiza-se o processo de orçamentação e melhora-se a gestão do funil comercial. Estas práticas asseguram maior previsibilidade financeira e minimizam riscos;
- Planeamento: são implementadas metodologias para coordenar todas as etapas do projeto de forma eficaz, garantindo o cumprimento de prazos e metas estabelecidas. Esta abordagem minimiza atrasos e desperdícios, assegurando o uso eficiente de recursos e promovendo um fluxo de trabalho contínuo;
- Gestão de recursos: envolve a aplicação de técnicas de gestão de projetos, como os espaços Obeya, a metodologia 5S para otimização do local de trabalho, e ferramentas de normalização, gestão de fluxos logísticos e manutenção autónoma. Estas práticas asseguram maior eficiência operacional e contribuem para a redução de custos;
- Gestão da qualidade: garante a implementação de elevados padrões desde o início do projeto, minimizando a necessidade de retrabalho e otimizando os resultados. Esta abordagem promove entregas consistentes e de alta qualidade, reforçando a satisfação do cliente e a eficiência;
- Gestão de equipas e melhoria contínua: foca-se no envolvimento de todos os colaboradores na melhoria contínua e na capacitação das equipas para responder de forma ágil a mudanças. Esta abordagem promove a adoção de práticas que impulsionam melhoria e a inovação.
Com a melhoria destes processos, a construção Lean transforma as operações tradicionais em sistemas e processos eficientes e orientados para a excelência, demonstrando que o Lean para redução de custos é uma abordagem eficaz.
Reduza os custos de construção de forma sustentável com o Kaizen
Simplificação de processos e fluxos de trabalho
A simplificação de processos e fluxos de trabalho é essencial para melhorar a eficiência na construção, eliminando desperdícios e reduzindo atrasos. Uma das ferramentas mais eficazes para identificar oportunidades de melhoria é o Value Stream Mapping (VSM).
O processo começa pelo mapeamento da situação inicial, onde são analisados os fluxos end-to-end dos projetos, abrangendo todas as etapas. Nesta fase, também são analisadas as atividades comerciais, as operações na obra e as áreas de suporte. Esta análise detalhada permite identificar gargalos, redundâncias e ineficiências nos processos.
Com base nessa análise, são identificadas oportunidades de melhoria, que podem incluir a eliminação de atividades sem valor acrescentado, a simplificação de fluxos e a melhor integração entre equipas. Após esta etapa, é desenhada uma visão futura, que descreve como os processos devem funcionar.
Por fim, é elaborado um plano de melhoria, que estabelece as iniciativas necessárias para implementar as mudanças, garantindo que fica claro quais as ações a tomar, os recursos necessários e os benefícios esperados. Esta abordagem permite transformar fluxos complexos em processos mais simples e ágeis.
Melhorar a produtividade do trabalho
A produtividade do trabalho na construção é essencial para aumentar a competitividade e garantir operações mais eficientes. Para alcançar este objetivo, as construtoras devem adotar práticas que otimizem os recursos e reduzam os desperdícios em todas as fases do projeto. Entre as ações mais eficazes estão:
- Selecionar métodos construtivos mais eficientes, equilibrando os custos de materiais e mão de obra para minimizar o custo total da obra;
- Desenvolver boas práticas para garantir mais detalhe durante a fase de projeto, reduzindo erros e prevenindo retrabalho na execução;
- Analisar operações para eliminar desperdícios, criando standards de trabalho que melhoram a eficiência das atividades no terreno;
- Automatizar tarefas repetitivas, pouco ergonómicas ou de elevado risco, aumentando a produtividade e a segurança dos trabalhadores;
- Normalizar os fluxos logísticos em obra, garantindo agilidade e evitando interrupções no progresso das atividades.
Estas ações fortalecem a eficiência operacional, reduzem custos e posicionam as empresas como mais competitivas e preparadas para os desafios do setor da construção.
Estimativas de custos precisas e Value Engineering
Garantir estimativas de custos precisas é essencial para o sucesso de qualquer projeto de construção, permitindo uma melhor gestão orçamental e maior previsibilidade financeira. Para alcançar este objetivo, as construtoras devem adotar práticas e ferramentas que otimizem os processos de orçamentação:
- Desenvolver ferramentas de orçamentação parametrizadas, utilizando rácios ajustados por tipologia de projeto, o que facilita a criação de estimativas detalhadas e mais assertivas;
- Implementar rotinas de reavaliação de rácios, utilizando os resultados dos projetos concluídos para ajustar os parâmetros utilizados nas orçamentações futuras, garantindo uma melhoria do processo de construção;
- Definir cláusulas contratuais estratégicas que protejam a organização contra riscos externos, como flutuações significativas no preço de materiais, salvaguardando os interesses financeiros do projeto;
- Aplicar os princípios do Value Engineering, realizando uma análise detalhada das funções do projeto e desafiando a equipa a identificar soluções alternativas que mantenham os mesmos objetivos e padrões de qualidade, mas com custos mais baixos.
Aproveitar a tecnologia para a eficiência operacional
O setor da construção, tal como os restantes setores, está a passar por uma transformação digital impulsionada por tecnologias que pretendem aumentar a eficiência operacional, reduzir custos e melhorar a qualidade dos projetos. Soluções como o BIM, a construção modular e a automação estão a redefinir a forma como os projetos são planeados e executados.
Utilização de BIM e softwares de construção
A utilização de ferramentas como o BIM (Building Information Modeling) e softwares de gestão da construção está a transformar o setor. Estas soluções ajudam a mitigar riscos, melhorar a comunicação entre equipas e garantir um planeamento mais rigoroso, desde o design inicial até a conclusão da obra. Algumas das vantagens do BIM na Construção:
- Melhoria do planeamento e redução de erros: o BIM cria modelos 3D detalhados, permitindo simulações realistas e identificação antecipada de conflitos entre áreas (arquitetura, engenharia e instalações);
- Colaboração multidisciplinar: oferece uma plataforma centralizada onde todas as áreas podem colaborar em tempo real, reduzindo atrasos e falhas de comunicação;
- Análise de custos e prazos: o BIM facilita a elaboração de estimativas mais precisas, ao associar informações financeiras e temporais ao modelo.
Além do BIM, os softwares de gestão de construção, como plataformas de ERP específicas para o setor, ajudam a otimizar processos e a monitorizar o desempenho do projeto. Estas ferramentas incluem funcionalidades como gestão de recursos, monitorização de prazos e controlo de custos.
Adoção da pré-fabricação e da construção modular
Os pré-fabricados e a construção modular estão a surgir como soluções inovadoras para enfrentar os desafios, como prazos apertados, custos elevados e a crescente necessidade de práticas sustentáveis na construção. Estas abordagens consistem na produção de componentes ou módulos em ambientes controlados, que são posteriormente transportados e montados no local da obra. Entre os principais benefícios destaca-se a eficiência operacional, uma vez que a produção em fábrica permite otimizar processos, reduzir desperdícios e garantir um controlo de qualidade mais rigoroso. Além disso, estas técnicas permitem uma significativa redução de prazos, já que a construção dos módulos pode ocorrer em simultâneo com a preparação do local da construção, reduzindo o tempo total do projeto.
A redução de custos também é evidente, pois a produção em massa e a diminuição de erros no fabrico traduzem-se em economias de mão de obra e materiais. No campo da sustentabilidade, estas práticas também apresentam vantagens, alinhando-se com as tendências de construção ecológica. Outro ponto forte é a flexibilidade e a escalabilidade, já que os módulos podem ser adaptados a diferentes tipos de projetos.
No entanto, esta abordagem também apresenta desafios. A logística e o transporte dos módulos até ao local da obra podem ser complexos, sobretudo em áreas de difícil acesso. O sucesso destes projetos também exige um planeamento detalhado e uma coordenação eficaz entre as equipas de produção e montagem. Por fim, a aceitação do mercado ainda é uma barreira, uma vez que muitas pessoas mantêm perceções negativas sobre a qualidade ou a estética das construções modulares. Apesar destes obstáculos, a adoção da pré-fabricação e da construção modular está a transformar o setor.
Automação e robótica na construção
A automação e a robótica podem trazer ganhos em eficiência, qualidade e segurança. Estas tecnologias abrangem desde robôs que realizam tarefas específicas no local da obra até sistemas automatizados de produção de componentes em ambiente controlado.
Uma das principais vantagens da automação é a capacidade de executar tarefas repetitivas com precisão, como colocação de tijolos, soldadura e pintura, reduzindo a margem de erro humano e aumentando a produtividade. Já a robótica oferece soluções inovadoras, como drones para monitorização e inspeção de obras, robôs para demolição em áreas perigosas e impressoras 3D capazes de construir estruturas inteiras com menor desperdício de materiais.
Outro benefício importante é o impacto positivo na segurança dos trabalhadores. Ao delegar as tarefas perigosas a máquinas, como o manuseamento de materiais pesados ou trabalho em alturas extremas, é possível reduzir o número de acidentes. Do ponto de vista da sustentabilidade, a automação e a robótica promovem uma utilização mais eficiente dos recursos, minimizando o desperdício.
Contudo, o investimento inicial em equipamentos e formação especializada pode ser elevado, representando uma barreira para pequenas e médias empresas. Além disso, a integração de novas tecnologias com processos tradicionais requer mudanças culturais e operacionais significativas. Apesar dos desafios, a automação e a robótica são essenciais para modernizar o setor da construção e responder às exigências do mercado.
Aumente a eficiência e reduza custos com acompanhamento especializado
Otimização da cadeia de abastecimento e da gestão de materiais
A gestão da cadeia de abastecimento na construção é fundamental para o sucesso de projetos no setor. Desde a seleção de fornecedores até à escolha de materiais sustentáveis, estratégias eficazes podem reduzir custos, minimizar riscos e contribuir para prazos de entrega mais consistentes.
Estratégias de compras eficientes
A eficiência nas estratégias de compras é fundamental para garantir o sucesso dos projetos de construção, contribuindo para a redução de custos e melhoria dos prazos de entrega. Uma abordagem eficaz de compras permite alinhar as necessidades do projeto com os objetivos financeiros e operacionais da empresa, minimizando riscos e assegurando a qualidade dos materiais e serviços adquiridos. Algumas boas práticas para compras eficientes:
- Planeamento estratégico: envolver as equipas de compras no planeamento inicial do projeto para identificar necessidades específicas, definir prioridades e mapear possíveis fornecedores;
- Análise de mercado: realizar estudos de mercado para compreender a oferta disponível, identificar tendências de preços e avaliar a capacidade dos fornecedores;
- Gestão de contratos: desenvolver contratos claros e baseados no desempenho, com cláusulas que garantam o cumprimento de prazos e qualidade, minimizando riscos financeiros;
- Parcerias: estabelecer parcerias estratégicas com fornecedores para garantir preços competitivos e consistência no fornecimento;
- Adoção de modelos de contratação colaborativa: implementar práticas como “early supplier involvement” (envolvimento precoce do fornecedor) para integrar a experiência do fornecedor no design e no planeamento do projeto.
As estratégias de compra eficientes são um pilar essencial para o sucesso na construção. Ao combinar planeamento, tecnologia e parcerias estratégicas, as empresas podem conseguir maior competitividade, mantendo os custos controlados e garantindo a qualidade necessária para os projetos.
Construção de relacionamentos fortes com fornecedores
No setor da construção, manter relacionamentos fortes e colaborativos com fornecedores é essencial para o sucesso de qualquer projeto. Estes relacionamentos garantem um fornecimento contínuo e de qualidade e também promovem maior eficiência operacional, inovação e confiança mútua ao longo do tempo. Algumas estratégias para fortalecer os relacionamentos:
- Comunicação transparente e frequente;
- Desenvolvimento de contratos justos e sustentáveis;
- Colaboração no planeamento dos projetos;
- Reconhecimento e incentivos.
Um relacionamento sólido com fornecedores vai além do cumprimento de contratos, transformando-os em parceiros estratégicos. Para as empresas de construção, investir no fortalecimento de parcerias com fornecedores é uma vantagem competitiva indispensável num mercado cada vez mais exigente.
Escolha de materiais sustentáveis
No setor da construção, a seleção de materiais sustentáveis desempenha um papel importante na redução do impacto ambiental e no avanço em direção a práticas mais responsáveis. Além de minimizar a pegada de carbono, optar por materiais sustentáveis pode melhorar a eficiência energética, reduzir desperdícios e aumentar a longevidade das construções, resultando em benefícios económicos e ambientais. Critérios para escolher materiais sustentáveis:
- Origem renovável ou reciclada: escolher materiais feitos de recursos renováveis, como madeira certificada ou bambu, ou provenientes de reciclagem, como aço reciclado;
- Eficiência energética: selecionar materiais que melhorem o isolamento térmico e reduzam a necessidade de energia para aquecimento ou arrefecimento, como painéis isolantes de alto desempenho ou janelas de vidro duplo;
- Durabilidade e manutenção: optar por materiais de longa duração que exijam menos manutenção e substituição, como telhas de cerâmica ou pisos de alta resistência;
- Produção com baixo impacto ambiental: escolher materiais cuja produção emita menos gases de efeito estufa e consuma menos energia, como tijolos de adobe ou cimento verde.
Apesar das vantagens, a adoção de materiais sustentáveis ainda enfrenta desafios, como o custo elevado, a disponibilidade limitada em algumas regiões e a falta de conhecimento técnico das equipas de projeto e construção. No entanto, estas escolhas são cada vez mais necessárias para responder às exigências de sustentabilidade no setor da construção.
Adoção do Kaizen e da melhoria contínua
A filosofia Kaizen, amplamente reconhecida pelo seu impacto positivo em diversos setores, foca-se na melhoria contínua de processos e das equipas. A adoção do Kaizen na construção permite a gestão ágil de projetos na construção, a redução de custos e a melhoria da eficiência global.
Cultivar uma cultura de melhoria contínua
Para cultivar uma verdadeira cultura de melhoria contínua na construção, é fundamental adotar uma abordagem estruturada e abrangente, que integra estratégia, processos e comportamentos. A cultura Kaizen baseia-se em quatro pilares interdependentes que suportam a transformação e a sustentabilidade das melhorias:
- Strat Kaizen: este programa foca-se na obtenção do compromisso e orientação da gestão. Envolve definir e desdobrar os objetivos estratégicos para a organização, fomentar uma cultura de melhoria e de contramedidas e assegurar que a gestão lidera pelo exemplo;
- Value Stream Kaizen: aqui, a atenção está na melhoria de processos. Este pilar promove projetos transversais que têm como objetivo a otimização dos fluxos de valor, eliminando desperdícios e criando processos mais eficientes;
- Daily Kaizen: este programa é essencial para promover mudanças nos comportamentos e na cultura organizacional. Além disso, incentiva os líderes e as equipas a adotarem práticas diárias de resolução de problemas e a implementarem melhorias nas operações, consolidando os comportamentos Kaizen como parte natural do trabalho;
- Transformation Kaizen: Este pilar é o alicerce de todo o programa de transformação, garantindo a implementação eficaz de uma cultura de melhoria contínua e a sua sustentabilidade a longo prazo. Com isso, o processo de gestão da mudança torna-se mais simples e estruturado, através de iniciativas como formação, consultoria, partilha de boas práticas e auditoria de processos.
Ao atuarem de forma integrada, estes programas estabelecem uma base sólida para fomentar uma cultura robusta de melhoria contínua, onde se promove o alinhamento das equipas, a otimização de processos e a transformação de comportamentos, resultando em organizações mais eficientes, resilientes e preparadas para os desafios do futuro.
Envolvimento dos colaboradores em iniciativas de redução de custos
O envolvimento dos colaboradores é um dos fatores críticos para o sucesso de iniciativas de melhoria e de redução de custos numa organização. Quando os colaboradores estão alinhados com os objetivos da empresa e participam ativamente nos esforços de melhoria, as soluções são mais eficazes e sustentáveis. Além disso, a inclusão das equipas no processo promove maior aceitação das mudanças, reduz resistências e fortalece o compromisso com os resultados. Algumas estratégias para envolver os colaboradores:
- Comunicação clara e transparente dos objetivos da melhoria;
- Envolvimento dos colaboradores nas atividades de melhoria da sua equipa e nas iniciativas Kaizen com equipas multidisciplinares;
- Treino e capacitação em metodologias Lean e Kaizen;
- Reconhecimento das melhorias realizadas;
- Criação de espaços para ideias e feedback.
O envolvimento dos colaboradores em iniciativas de redução de custos transforma a gestão de custos numa responsabilidade partilhada, aumentando a eficácia e a sustentabilidade das mudanças. Empresas que promovem a participação ativa das suas equipas criam um ambiente de confiança e inovação, capaz de enfrentar os desafios de mercado com mais agilidade e eficiência.
Monitorização de KPIs para o sucesso contínuo
A monitorização de KPIs (Key Performance Indicators) é uma prática essencial para avaliar o progresso e garantir o sucesso de projetos. A utilização de KPIs permite medir o desempenho, identificar desvios e implementar melhorias de forma proativa, garantindo que os objetivos estratégicos sejam atingidos de forma consistente.
Para que os KPIs sejam eficazes, é fundamental selecionar indicadores relevantes, diretamente relacionados com os objetivos da organização. A recolha de dados deve estar normalizada, garantindo a atualização periódica e a acessibilidade. O acompanhamento periódico dos indicadores em equipa, ajuda a identificar tendências e desvios, permitindo ações corretivas rápidas. Celebrar os progressos e reconhecer as contribuições reforça a motivação das equipas. Também é essencial rever e ajustar os KPIs regularmente, garantindo que permanecem relevantes diante de mudanças nos objetivos ou no contexto operacional.
A identificação precoce de desvios minimiza impactos negativos e evita custos adicionais, enquanto a análise contínua assegura que as melhorias implementadas sejam mantidas. A monitorização de KPIs funciona como uma ferramenta estratégica que promove a colaboração, reforça a cultura de melhoria contínua e posiciona as organizações de forma competitiva, consolidando o sucesso a longo prazo.
Ainda tem dúvidas sobre estratégias inovadoras para redução de custos na construção?
O que é Value Engineering na construção?
O Value Engineering é uma metodologia focada em analisar funções e componentes de um projeto para identificar oportunidades de otimização, reduzindo custos sem comprometer a qualidade, funcionalidade ou segurança. Esta abordagem é utilizada na construção para maximizar o retorno sobre o investimento e garantir que os projetos sejam executados de forma eficiente.
O que é OPEX numa empresa de construção?
OPEX, ou despesas operacionais, refere-se aos custos contínuos associados à operação diária de uma empresa de construção. Estes custos incluem todos os recursos necessários para manter a empresa em funcionamento e entregar os projetos, excluindo os investimentos em bens de capital (CapEx) e os COG (Cost of Goods). Em empresas de construção, o OPEX pode englobar despesas como mão de obra indireta, manutenção de equipamentos, energia, seguros, licenças e outros custos operacionais ligados às obras ou ao funcionamento dos escritórios. A gestão eficaz do OPEX numa empresa de construção é essencial para manter a rentabilidade e a competitividade. Custos mal geridos podem comprometer os lucros de um projeto, especialmente num setor onde as margens de lucro são frequentemente estreitas.
O que é um COG na construção?
COG, ou Custo das Mercadorias Vendidas (Cost of Goods Sold), na construção, refere-se aos custos diretos associados à produção e entrega de um projeto ou serviço. No contexto da construção, o COG inclui despesas diretamente atribuíveis à construção de uma obra, como custos de materiais, mão de obra direta, aluguer de equipamentos, subcontratações e despesas de transporte de materiais até ao local da obra. Diferente do OPEX, que cobre os custos operacionais gerais da empresa, o COG está diretamente relacionado com o custo de um projeto ou obra específica. A redução de COG na construção é essencial para garantir o lucro de cada projeto, uma vez que representa a maior parte dos custos diretos neste setor.
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