Reformulação do balcão de checkout para uma melhor experiência cliente

Caso de estudo

Reformulação do balcão de checkout para uma melhor experiência cliente

Objetivos: melhorar a experiência no pagamento, aumentar a eficiência e a ergonomia do checkout e potenciar as vendas por impulso

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Num contexto de crescente exigência no setor do retalho, onde a experiência do cliente e a eficiência operacional assumem um papel cada vez mais determinante, as zonas de checkout tornaram-se um ponto estratégico de intervenção. A necessidade de proporcionar um serviço fluido, ergonómico e comercialmente eficaz impulsionou diversas organizações a repensar nos modelos de atendimento ao público, com foco na simplificação de processos, na valorização da interação com o cliente e na otimização dos recursos humanos disponíveis. É neste enquadramento que se insere a transformação apresentada no seguinte caso de estudo, centrada na reformulação do layout e da operação dos balcões de checkout.

O contexto da empresa e a visão para o novo checkout

A empresa em questão é das maiores cadeias de lojas de desporto no seu país, reconhecida pela diversidade e qualidade da sua oferta em artigos e equipamentos para múltiplas modalidades desportivas. Combina marcas de referência com uma aposta sólida em marcas próprias, valorizando o design, o preço acessível e a qualidade dos seus produtos. Com uma rede de lojas consolidada e uma proposta de valor centrada no cliente, a empresa tem vindo a investir na modernização dos seus espaços e na eficiência dos seus processos. Foi neste enquadramento que surgiu a necessidade de reformular a zona de checkout sendo um ponto crítico para a fluidez do serviço, a proximidade com o cliente e o potencial de venda. A seguir, apresenta-se a abordagem adotada, os desafios superados e os resultados desta transformação.

Diagnóstico operacional e principais desafios identificados

A análise inicial permitiu identificar um conjunto de constrangimentos operacionais que afetavam tanto a qualidade do atendimento como a produtividade das equipas. O modelo de checkout anterior apresentava diversas limitações em termos de ergonomia, organização de espaço e fluidez de processo, resultando em tempos de espera superiores ao desejado, interações desconfortáveis e oportunidades de venda não aproveitadas.

Entre os principais desafios destacaram-se:

  • Espaço insuficiente para atender dois clientes em simultâneo;
  • Fila única pouco intuitiva e sem apoio visual;
  • Elementos de trabalho fora do alcance direto do operador (cabidão, sacos, desmagnetizador);
  • Fluxo de tarefas fragmentado, obrigando a deslocações frequentes fora do balcão para:
    • Recolher ou entregar reservas;
    • Levantar óculos e relógios;
    • Depositar quebras e devoluções;
    • Repor o economato.
  • Contacto visual limitado com o cliente, devido à posição física do operador.

Estas limitações traduziam-se numa operação pouco eficiente, numa experiência de compra fragmentada e numa subvalorização do ponto de contacto final com o cliente – aspetos que viriam a ser significativamente melhorados com a intervenção realizada.

A abordagem metodológica para a reformulação do checkout

Para dar resposta aos desafios identificados, foi seguida uma abordagem estruturada e colaborativa, centrada na observação direta das operações, no planeamento funcional detalhado e na validação em contexto real. O objetivo passou por desenvolver uma solução prática e eficaz, totalmente alinhada com as necessidades concretas das equipas no terreno e com as exigências operacionais da loja.

Interessado em otimizar a sua operação de loja?

O processo de reformulação foi desenvolvido em quatro grandes etapas:

1. Diagnóstico e planeamento funcional

  • Análise detalhada das tarefas no ponto de checkout;
  • Identificação de desperdícios e fluxos não otimizados;
  • Definição dos princípios da nova solução, que consistem no seguinte:
    • Não estar de costas viradas para o cliente;
    • Eliminar elementos não essenciais;
    • Localização dos componentes bem definida;
    • Integrar zona de venda por impulso;
    • Incluir stock de produto e materiais de uso diário.

2. Prototipagem e teste em maquete

  • Construção de maquete em escala real para validação do conceito;
  • Simulações com operadores para testar acessibilidade e fluidez do processo;
  • Reorganização dos elementos críticos: cabidão, sacos, alarmes, fichas técnicas, panfletos diversos.

3. Testes em ambiente real

  • Implementação do protótipo na loja-piloto;
  • Validação junto das equipas e recolha de feedback de clientes;
  • Medição rigorosa de tempos e distâncias percorridas;
  • Ajustes finais antes da fase de rollout.
Desenho de protótipo e teste no terreno

Figura 1 – Desenho de protótipo e teste no terreno

Resultados alcançados com a nova configuração do balcão

A implementação da nova solução trouxe ganhos significativos em diversas dimensões, com destaque para a eficiência operacional, a melhoria da experiência do cliente e o aumento das vendas por impulso.

Eficiência operacional

  • Redução do tempo médio de registo em 30%;
  • Redução de 87% no tempo necessário para recolher reservas;
  • Redução de 83% na distância percorrida por registo;
  • Redução de 60% na distância percorrida por reserva;
  • Diminuição global de 28% no tempo médio de atendimento.

Experiência do cliente e fluidez do espaço

  • Aumento de 43% na área dedicada ao cliente em espera;
  • Eliminação de barreiras físicas entre o operador e o cliente;
  • Atendimento mais direto, ergonómico e eficiente;
  • Fila única redesenhada, com melhor visibilidade e organização.

Impacto comercial

  • Criação de uma área de venda por impulso com 3 m², integrada na fila de espera;
  • Aumento de 40% nas vendas de produtos localizados nessa área;
  • Libertação de recursos para venda assistida, com impacto médio de +207€/dia/loja.

Vantagens adicionais da fila única reformulada

  • Garantia de atendimento por ordem de chegada (first come, first served);
  • Exposição a uma gama mais alargada de produtos;
  • Redução de furtos devido à reorganização visual e de percurso.

A reformulação da zona de checkout demonstrou como uma abordagem centrada na observação no terreno, no envolvimento das equipas e na validação prática pode gerar transformações significativas em espaços tradicionalmente subvalorizados. Ao encarar o balcão de checkout como um ponto estratégico da experiência em loja, a empresa conseguiu aumentar a eficiência operacional, bem como reforçar a relação com o cliente e potenciar novas oportunidades de venda. Os resultados obtidos refletem a eficácia de soluções assentes na simplicidade, na ergonomia e na atenção ao detalhe funcional, todos princípios essenciais para acompanhar as exigências crescentes de um setor em constante evolução.

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